sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Rituale Romanum



O que é o Ritual Romano?

“O Rituale Romanum (Ritual Romano em latim) é um livro litúrgico que contém todos os rituais normalmente administrados por um padre, incluindo o único ritual formal para exorcismo sancionado pela Igreja Católica Romana até finais do século XX. Além do exorcismo de demônios e espíritos, esse manual de serviço para padres também contém instruções para o exorcismo de casas e outros lugares que se acredita estarem infestados por entidades malignas.” (Wikipédia).

Neste livro encontram-se todos os Rituais da Igreja Católica. Rituais que vão desde o Batismo de crianças até o ritual de Exorcismo. Muitos procuram por este livro na internet e ele é realmente difícil de encontrar. Principalmente com essa onda cinematográfica de filmes e seriados como “O Exorcista” e “Supernatural” (exibido no SBT), todo mundo tem interesse em aprender, ou apenas por curiosidade, ver o texto original e até ter um livro desses em casa.

Como tenho certeza que a maioria que vai fazer o download do livro vai querer dar uma de Exorcista por aí, já vou logo esclarecendo alguns pontos:

1º - O Exorcismo, pelo menos na Teologia Católica, só pode ser ministrado pelo Padre com a autorização do Bispo Diocesano. Portanto, sair por aí querendo Exorcizar “todo mundo” não vai dar em nada.

2º - Esse livro não é um livro de magia onde contém palavras mágicas, onde se faz um “demônio” ou algo parecido sair do corpo. Como já foi mencionado, é um livro litúrgico que geralmente é usado por Padres.

Esses são os principais pontos a serem salientados, porém nada impede que use o livro da maneira que quiser, afinal ele é de todos e cada um usa como julgar necessário.

O livro está em idioma Latino, ou seja, está em Latim. Não é de se estranhar, afinal o Latim é o idioma oficial da Igreja Católica. Agora vocês devem estar se perguntando: “Por que não postou em português?”. È simples. Esse livro, por assim dizer, não foi traduzido completamente para o português, apenas partes dele. Por exemplo: O Ritual de Exorcismo do Ritual Romano em Latim de nome “De Exorcizandis Obsessis A Daemonio” foi traduzido para o português no Brasil em um livro só, cujo nome é “Ritual de Exorcismo e outras Súplicas” que é vendido pela Editora Paulus. No Brasil também existe os “direitos autorais” e um monte de coisinhas a mais, então pegar cada livro desse traduzido para o português e postar na internet, aqui no Brasil, além de ser um pouco de “Loucura”, iria dar cadeia.

como sei que tem Gente ai afim de fazer o download para ver esse livro postei a baixo o link em rapidshare
http://rapidshare.com/#!download|481|178271085|Rituale.pdf|7796
(o arquivo esta em PDF e seu tamanho é 7.4 mb) boa leitura

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Ankh



Ankh, (Pronuncia-se Anak) conhecida também como cruz ansada, era na escrita hieroglífica egípcia o símbolo da vida. Conhecido também como símbolo da vida eterna. Os egípcios a usavam para indicar a vida após a morte.

A forma do ankh assemelha-se a uma cruz, com a haste superior vertical substituída por uma alça ovalada. Em algumas representações primitivas, possui as suas extremidades superiores e inferiores bipartidas.

Historia da famosa cruz egipcia:
Ha muitas especulações para o surgimento e para o significado do ankh, mas ao que tudo indica, surgiu na Quinta Dinastia. Quanto ao seu significado, há várias teorias. Muitas pessoas vêem o ankh como símbolo da ressureição.

A alça oval que compõe o ankh sugere um cordão entrelaçado com as duas pontas opostas que significam os princípios feminino e masculino, fundamentais para a criação da vida. Em outras interpretações, representa a união entre as divindades Osíris e Ísis, que proporcionava a cheia periódica do Nilo, fundamental para a sobrevivência da civilização. Neste caso, o ciclo previsível e inalterável das águas era atribuído ao conceito de reencarnação, uma das principais características da crença egípcia. A linha vertical que desce exatamente do centro do laço é o ponto de intersecção dos pólos, e representa o fruto da união entre os opostos.

Andrew H. Gordon e Calvin W. Schwabe especulam no livro The Quick and the Dead de 2004 que os simbolos: Ankh, Djed e Was tem uma base biológica derivados da cultura de criação de gado do antigo egipto ( ligado á crença egipcia de que o sémen era criado na coluna vertebral), assim:

O Ankh, símbolo da vida, vértebra torácica de um touro (visto em corte transversal);

O Djed, símbolo da estabilidade, a coluna vertebral de um touro;

O Was, símbolo do poder e dominação, o penis seco de um touro simbolo da deusa Wosret ou Wasret.

Apesar de sua origem egípcia, ao longo da história o ankh foi adotado por diversas culturas. Manteve sua popularidade, mesmo após a cristianização do povo egípcio a partir do século III. Os egípcios convertidos ficaram conhecidos como Cristãos Cópticos, e o ankh (por sua semelhança com a cruz utilizada pelos cristãos) manteve-se como um de seus principais símbolos, chamado de Cruz Cóptica.

No final do século XIX, o ankh foi agregado pelos movimentos ocultistas que se propagavam, além de alguns grupos esotéricos e as tribos hippies do final da década de 60. É utilizado por bruxos contemporâneos em rituais que envolvem saúde, fertilidade e divinação; ou como um amuleto protetor de quem o carrega. O ankh também foi incluído na simbologia da Ordem Rosa-Cruz, representando a união entre o reino do céu e a terra. Em outras situações, está associado aos vampiros, em mais uma atribuição à longevidade e imortalidade. Ainda encontra-se como uma alusão ao nascente-poente do Sol, simbolizando novamente o ciclo vital da natureza.

Ankh no Brasil



O ankh popularizou-se no Brasil no início dos anos 70, quando Raul Seixas e Paulo Coelho (entre outros) criaram a Sociedade Alternativa. O selo dessa sociedade possuía um ankh adaptado com dois degraus na haste inferior, simbolizando os "Degraus da Iniciação", ou a chave que abre todas as portas. Numa outra interpretação, representa o laço da sandália do peregrino, ou seja, aquele que quer caminhar, aprender e evoluir. Em relação à Sociedade Alternativa, a realidade é que a intenção de Raul não era fundar uma comunidade concreta, tinha que ser algo anárquico, mais espiritual do que material, seria uma revolução interna do ser humano.

O Lado Negro do Ankh


Na cultura pop, ele foi associado pela primeira vez ao vampirismo e à subcultura gótica através do filme The Hunger – Fome de Viver (1983), em que David Bowie e Catherine Deneuve protagonizam vampiros em busca de sangue. Há uma cena em que a dupla, usando ankhs egípcios, está à espreita de suas presas numa casa noturna ao som de Bela Lugosi's Dead, do Bauhaus. Assim, elementos como a figura do vampiro, o ankh e a banda Bauhaus podem actuar num mesmo contexto; neste caso, a subcultura gótica. Possivelmente, através deste filme, o ankh foi inserido na subcultura gótica e pelos adeptos da cultura obscura, de uma forma geral. Mais tarde a personagem Morte, da HQ Sandman, seria o mais famoso ícone na cultura pop relacionando o ankh e a subcultura gótica.

Desse modo, vemos que o ankh não sofreu grandes variações em seu significado e emprego primitivo, embora tenha sido associado a várias culturas diferentes. Mesmo assim lhe foi atribuído um caráter negativista por aqueles que desconhecem a sua origem e significados reais, associando este símbolo, erradamente, a grupos e seitas satânicas ou de magia negra.

A Ankh na música

A banda Norte Americana Kiss Mundialmente conhecida por suas máscaras (Maquiagem) já usaram a Ankh em um de seus integrantes. Vinnie Vincent foi o guitarrista solo da banda que tocou em Creatures of the Night e em Lick It Up usando a maquiagem de "The Ankh Warrior".

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Mais uma dose de mitologia egipcia - Hórus

Hórus (ou Heru-sa-Aset, Her'ur, Hrw, Hr ou Hor-Hekenu) é o Deus dos céusmuito embora sua concepção tenha ocorrido após a morte de Osíris.Hórus era filho de Osíris Tinha cabeça de falcão e os olhos representavam o Sol e a Lua. Matou Seth, tanto por vingança pela morte do pai, Osíris, como pela disputa do comando do Egito

Após derrotar Seth, tornou-se o rei dos vivos no Egito. Perdeu um olho lutando com Seth.

O olho que Hórus feriu (o olho esquerdo) é o olho da Lua, o outro é o olho do Sol. Esta é uma explicação dos egípcios para as fases da lua, que seria o olho ferido de Hórus.

Alguns detalhes do personagem foram alterados ou mesclados com outros personagens ao longo das várias dinastias, seitas e religiões egípcias. Por exemplo, quando Heru (Hórus) se funde com Ra O Deus Sol, ele se torna Ra-Horakhty.

aprofundando mais a pesquisa a gente pode ver que:

Hórus, místico soberano do Egipto, desdobra as suas divinas asas de falcão sob a cabeça dos faraós, não somente meros protegidos, mas, na realidade, a própria incarnação do deus do céu. Pois não era ele o deus protector da monarquia faraónica, do Egipto unido sob um só faraó, regente do Alto e do Baixo Egipto? Com efeito, desde o florescer da época história, que o faraó proclamava que neste deus refulgia o seu ka (poder vital), na ânsia de legitimar a sua soberania, não sendo pois inusitado que, a cerca de 3000 a. C., o primeiro dos cinco nomes da titularia real fosse exactamente ¿o nome de Hórus¿. No panteão egípcio, diversas são as deidades que se manifestam sob a forma de um falcão. Hórus, detentor de uma personalidade complexa e intrincada, surge como a mais célebre de todas elas. Mas quem era este deus, em cujas asas se reinventava o poder criador dos faraós? Antes de mais, Hórus representa um deus celeste, regente dos céus e dos astros neles semeados, cuja identidade é produto de uma longa evolução, no decorrer da qual Hórus assimila as personalidades de múltiplas divindades.

A batalha entre Hórus contra Seth:


no princípio existiam as águas do caos, Nun. Um dia uma colina de lodo chamada Ben-Ben levantou-se dessas águas, tendo no seu cimo Atum, o primeiro deus. Atum tossiu e expeliu Shu (deus do ar) e Tefnut (deusa da humidade). Shu e Tefnut tiveram dois filhos, Geb, deus da terra e Nut, a deusa do céu. Shu ergueu o corpo de Nut, colocando-o acima de Geb, e esta tornou-se a abóboda do céu. Nut e Geb tiveram por sua vez quatro filhos: Osíris, Isís, Seth e Nephthys. Osíris tornou-se deus da terra, que governou durante muitos anos; Isís foi a sua mulher e rainha. Seth invejava o estatuto de Osíris e um dia matou-o. Osíris foi para o mundo subterrâneo e Seth tornou-se rei da terra. Osíris teve um filho chamado Hórus que decidiu vingar a morte do pai e reconquistar o trono. Hórus derrota Seth e torna-se o novo rei da terra, mas o seu pai permanece no mundo subterrâneo.

O olho de Hórus:

Olho de Hórus ou 'Udyat' é um símbolo, proveniente do Egito Antigo, que significa Proteção e Poder, relacionado à divindade Hórus. Era um dos mais poderosos e mais usados amuletos no Egito em todas as épocas.

Segundo uma lenda, o olho esquerdo de Hórus simbolizava a Lua e o direito, o Sol. Durante a luta, o deus Seth arrancou o olho esquerdo de Hórus, o qual foi substituído por este amuleto, que não lhe dava visão total, colocando então também uma serpente sobre sua cabeça. Depois da sua recuperação, Horus pôde organizar novos combates que o levaram à vitória decisiva sobre Seth. Era a união do olho humano com a vista do falcão, animal associado ao deus Hórus. Era usado, em vida, para afugentar o mau-olhado e, após a morte, contra o infortúnio do Além.Costuma ser confundido normalmente com o olho da providência.


O Olho de Hórus e a grande serpente Anaconda que foi encontrada no rio nilo proveniente da amazonia na grande divisão da pangea, cuja serpente simbolizavam poder real tanto que os faraós passaram a maquiar seus olhos como o Olho de Hórus e a usarem serpentes esculpidas na coroa. Os antigos acreditavam que este símbolo de indestrutibilidade poderia auxiliar no renascimento, em virtude de suas crenças sobre a alma.
Amuleto com o olho de Hórus, no Museu do Louvre, França.

O Olho Direito de Hórus representa a informação concreta, factual, controlada pelo hemisfério cerebral esquerdo. Ele lida com as palavras, letras, e os números, e com coisas que são descritíveis em termos de frases ou pensamentos completos. Ele aborda o universo de um modo masculino.

O Olho Esquerdo de Hórus representa a informação estética abstrata, controlada pelo hemisfério direito do cérebro. Lida com pensamentos e sentimentos e é responsável pela intuição. Ele aborda o universo de um modo feminino. Nós usamos o Olho Esquerdo, de orientação feminina, o lado direto do cérebro, para os sentimentos e a intuição.

Hoje em dia, o Olho de Horus adquiriu também outro significado e é usado para evitar o mal e espantar inveja (mau-olhado), mas continua com a idéia de trazer proteção, vigor e saúde.

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Partida-Maria lyra Pereira


Partiste:
Alvoroço
Movimentos
De cabeça
De mãos
De gestos
Tudo esta triste
Os olhos que piscam
As lágrimas
O sorriso discreto da loura
O olhar parado da morena
Os lenços
Tudo parte contigo
A carinha triste da criança
Aquele amor tão antigo.

Tudo parte contigo
O afeto e o desafeto.
O vento sopra
A nave voa
Contigo vai à cidade
A noite
As estrelas
A musica que entoa.

Tudo parte contigo
O tumulto das coisas
O turbilhão do ser
Até a surpresa da pergunta
O que vai acontecer?


Maria Lyra é a residente de itajubá que eternamente ira oculpar a a cadeira n°7 na academia itajubense de letras.

sábado, 16 de outubro de 2010

indicação de livro

galera passando rapidinho so para indicar um otimo livro a vocês
ja vou avisando que esse livro não é encontrado nas livrarias por isso to postando o link para baixa-lo.
os noturnos de flávia Muniz é um romance sobre vampiros que esta na sua 5° edição se acharem as outras quatros me mandem por favor
abraxxxx



http://cid-d81b71bd6a9337b3.skydrive.live.com/self.aspx/P%C3%BAblico/infanto%20juvenil/Fl%C3%A1via%20Muniz/Fl%C3%A1via%20Muniz%20-%20Os%20Noturnos.doc

sábado, 9 de outubro de 2010

70° aniversario de Jonh Lennon




O músico inglês John Lennon, morto em 1980, completaria 70 anos neste sábado (9). O cantor foi assassinado no dia 8 de dezembro, em frente ao edifício em que morava, em Nova York.

Liverpool, cidade natal de John Lennon, fará a maior homenagem, com mais de 20 eventos nos próximos dois meses.

De sábado a 9 de dezembro, dia seguinte ao 30º aniversário de sua morte, o artista britânico terá apresentações musicais, entre elas uma organizada pela orquestra filarmônica real da cidade, um tour pela Liverpool de John Lennon, sessões de leituras, espetáculos no Cavern Club, onde os Beatles foram descobertos.

Um monumento pela paz deve também ser inaugurado no local no sábado por um de seus filhos, Julian, e por sua primeira mulher Cynthia.

Na Islândia, sua última companheira, Yoko Ono, acenderá no sábado perto de Reykjavik a torre "Imagine Peace", memorial que ela dedicou a Lennon, e a Yono Ono Plastic Band, que foi trazida de volta no ano passado com seu filho Sean Ono Lennon, fará uma apresentação.

Em Nova York, onde Lennon viveu por quase dez anos, uma "festa de aniversário de 70 anos de John Lennon" será realizada no sábado em City Winery com as apresentações de várias de suas músicas, antes de um grande show no dia 12 de novembro, no qual se apresentarão, por exemplo, Patti Smith e Cyndi Lauper.

Ainda nos Estados Unidos, o Hall da Fama do Rock and Roll, em Cleveland, também celebra este aniversário com várias manifestações, entre elas a exibição de imagens da cerimônia de inclusão de Lennon, como Beatle, em 1988, e depois como artista solo, em 1994.

Também neste sábado, o YouTube vai disponibilizar depoimentos de nomes como Ringo Starr, Jeff Bridges e o Aerosmith, entre muitos outros, em homenagem ao ex-beatle. O site também terá uma página inicial e um logotipo especiais.

Carreira solo
Durante os anos 60, John Lennon liderou ao lado de Paul McCartney o grupo de rock mais famoso de todos os tempos, os Beatles.

Desde 1968, antes da dissolução do grupo, Lennon já lançava gravações feitas à parte dos Beatles, em parceria com sua segunda mulher, Yoko Ono.

Dessa época, são as gravações de "Give Peace a Chance", em que Lennon fala de pacifismo, e "Cold Turkey", sobre sua luta contra a dependência de heroína.

Entre 68 e 69, Lennon lançou também os obscuros álbuns "Unfinished Music Number 1: Two Virgins", que traz na capa uma foto dele e de Ono nus, e "Unfinished Music Number 2: Life with the Lions".

Depois da dissolução oficial dos Beatles, anunciada em 1970 por Paul McCartney, Lennon lançou em 71 o single "Power to the People" e o disco "Imagine", que chegou às paradas de sucesso com a faixa de mesmo nome.

Em 1973, o cantor lançou o disco "Mind Games", cuja faixa título teve algum sucesso. Nesse período, Lennon enfrentava uma guerra judicial com o departamento de imigração norte-americano que não queria conceder-lhe um "green card" (permissão de trabalho para estrangeiros) por causa de um processo por porte de maconha, de 1968.

De 74 a 75, Lennon viveu em Los Angeles, separado de Yoko Ono. São dessa fase as composições "Whatever Gets You Through the Night", em parceria com Elton John, e "Fame", em parceria com David Bowie. No final de 75, Lennon e Yoko se reuniram e em meados de 76 ele recebeu o tão esperado "green card".

Lennon só voltaria a gravar em 1980, quando lançou o disco "Double Fantasy", que reunia composições suas e de Yoko Ono. O single "(Just Like) Starting Over" estava subindo nas paradas quando Lennon foi morto por Mark Chapman.
(texto retirado do site uol.com.br)
Para min. é Simplesmente a maior celebridade que o mundo já viu. Não só pela fama que é incontestável, mas também pelo caráter e dignidade que o tornaram um dos símbolos da paz.
é fácil falar de um cara que sempre nos inspira a fazer o bem, que mostra que nos podemos ser mais que meros espectadores da "paz”, podemos praticá-la.

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Primavera



A primavera chegará, mesmo que ninguém mais saiba seu nome, nem acredite no calendário, nem possua jardim para recebê-la. A inclinação do sol vai marcando outras sombras; e os habitantes da mata, essas criaturas naturais que ainda circulam pelo ar e pelo chão, começam a preparar sua vida para a primavera que chega.
Finos clarins que não ouvimos devem soar por dentro da terra, nesse mundo confidencial das raízes, — e arautos sutis acordarão as cores e os perfumes e a alegria de nascer, no espírito das flores.
Há bosques de rododentros que eram verdes e já estão todos cor-de-rosa, como os palácios de Jeipur. Vozes novas de passarinhos começam a ensaiar as árias tradicionais de sua nação. Pequenas borboletas brancas e amarelas apressam-se pelos ares, — e certamente conversam: mas tão baixinho que não se entende.
Oh! Primaveras distantes, depois do branco e deserto inverno, quando as amendoeiras inauguram suas flores, alegremente, e todos os olhos procuram pelo céu o primeiro raio de sol.
Esta é uma primavera diferente, com as matas intactas, as árvores cobertas de folhas, — e só os poetas, entre os humanos, sabem que uma Deusa chega, coroada de flores, com vestidos bordados de flores, com os braços carregados de flores, e vem dançar neste mundo cálido, de incessante luz.
Mas é certo que a primavera chega. É certo que a vida não se esquece, e a terra maternalmente se enfeita para as festas da sua perpetuação.
Algum dia, talvez, nada mais vai ser assim. Algum dia, talvez, os homens terão a primavera que desejarem, no momento que quiserem, independentes deste ritmo, desta ordem, deste movimento do céu. E os pássaros serão outros, com outros cantos e outros hábitos, — e os ouvi­dos que por acaso os ouvirem não terão nada mais com tudo aquilo que, outrora se entendeu e amou.
Enquanto há primavera, esta primavera natural, prestemos atenção ao sussurro dos passarinhos novos, que dão beijinhos para o ar azul. Escutemos estas vozes que andam nas árvores, caminhemos por estas estradas que ainda conservam seus sentimentos antigos: lentamente estão sendo tecidos os manacás roxos e brancos; e a eufórbia se vai tornando pulquérrima, em cada coroa vermelha que desdobra. Os casulos brancos das gardênias ainda estão sendo enrolados em redor do perfume. E flores agrestes acordam com suas roupas de chita multicor.
Tudo isto para brilhar um instante, apenas, para ser lançado ao vento, — por fidelidade à obscura semente, ao que vem, na rotação da eternidade. Saudemos a primavera, dona da vida — e efêmera.


Cecília Meireles