segunda-feira, 22 de março de 2010

Enfim,um novo álbum!



Post do Dinho
por Capital Inicial

A minha vida as vezes parece uma novela. Daquelas das oito ,bem dramáticas. Capítulo de final de ano: acidente. E agora, será que o cara tão cheio de energia vai se recuperar? Não perca os próximos capítulos. Nossa, o cara pegou uma infecção hospitalar, mesmo que escape, ele não será mais o mesmo. Confira amanhã. Mas chega dessa novela, é melodrama demais pra ser verdade. Tô de saco cheio. Acho que na verdade tô de saco cheio de não dar shows. Tô morrendo de tédio. Passei a maior parte da minha vida na estrada e me acostumei a ser nômade. Quero que minha vida volte ao caos normal. Mas em Abril estamos de volta. Yeah!

E o primeiro passo já foi dado: acabamos o disco. Obá! Quando acaba um disco, eu sinto duas coisas. Primeiro um alívio, como se eu tivesse posto um ovo. E depois um frio na barriga…”ai meu Deus, será que ficou bom?”. Produzir um disco, assim como um livro , ou um quadro não é tão difícil, afinal de contas vc vai preparando o trabalho meses antes de entrar no estúdio. O problema é terminar, dar por acabado. Se vc tiver a possibilidade, a chance, não acaba nunca. Ah, essa frase poderia ter ficado melhor. Hmmm, será que essa rima não é obvia. E por aí vai….Sim, a verdade é que nunca fica perfeito, mas a imperfeição é uma das maiores caracteristicas humanas. Mas, voltando ao que interessa ,dessa vez tivemos muito tempo. Meses. O que acabou sendo uma tortura, porque a cada semana eu queria voltar lá e reescrever tudo. Eu só não sei se a tortura era pior pra mim, ou pras pessoas em volta de mim. Como eu vinha de um acidente, acho que todos tentavam ser bonzinhos comigo. “Olha Dinho, não tá ruim, vc não é o pior vocalista da Terra.” Eles eram capazes de dizer qualquer coisa pra me fazer ir embora. Mas era inúti, no dia seguinte tudo recomeçava. Acho que no final eu já fazia só de sacanagem. Devo ter algo de sádico, porque comecei a gostar de ver a cara deles com aquela expressão…”meu Deus, o que será que ele vai refazer hoje ?”.
Mas, tudo que é bom dura pouco, e não teve jeito, o disco terminou. São onze canções. Um disco curto.
Quando inventaram o CD, as bandas ficaram embevecidas. Nossa, eu posso fazer um disco de duas horas, oba! Mas o tempo foi passando a todos começaram a perceber que quase ninguém tinha paciência de chegar até a última música. E olha que isso acontecia mesmo com bandas que eu amava. Mas fala aí, as vezes o que é bacana num bom livro ou filme, é que ele flui. Ele tem começo meio e fim. Quando o meio não acaba mais, o que começou maravilhosamente acaba sendo um tédio. Teria sido melhor dividir em dois. Ainda mais hoje, com uma avalanche de informação, é preciso ser mais conciso. Eu reparei que várias bandas tem feito discos mais curtos. Killers, Kings of Leon, Muse, White Stripes….

É gozado, parece que o mundo da música sempre caminha pra excessos. Eles acabam sendo corrigidos, mas leva algum tempo. Nos anos setenta, os progressivos. Nos anos oitenta, os new romantics, Nos anos noventa, os discos intermináveis. Mas o equilibrio parece ter voltado. Só o necessário é gravado, sem excessos, nem auto indulgência.
Mas chega de ficar viajando sobre como discos devem ser feitos porque na verdade não existe regra alguma. Você pode fazer um disco curto horrível, e um disco de horas e horas magnífico.

E é aí o xis da questão. Como saber se o que vc fez é bom? No fim, o único critério é o seu gosto. Não adianta mostrar pra um monte de gente. Na maioria das vezes, mesmo que odeiem, vão dizer que é bacana porque sabem a importância que aquilo tem pra vc. Ou são pessoas próximas ou fãs, que gostam mesmo, mas vc não sabe se gostam da música ou de vc. A opção seria mostrar pra alguém que odeia vc e sua música. Se bem que nesse caso, mesmo que vc aparecesse com o Nevermind, ele acharia péssimo. Então é melhor fingir que esse cara não existe.
Enfim, no final, um disco é uma coisa meio solitária, assim como qualquer outro tipo de obra artística. Embora, no nosso caso, seja feito uma produção em grupo, não há como saber como ele vai ser acolhido. Não faz diferença que todos os envolvidos gostem. Somos todos suspeitos. A lição portanto, que os anos me ensinaram é faça pra vc mesmo. Assim mesmo, egoísta. Se algo der errado, vc sai feliz assim mesmo.

E assim foi feito. Acho que é o melhor disco que já fizemos. Espero que vcs percebam as diferenças que procuramos introduzir. Tomara que as letras façam sentido. Resumindo, espero que vcs gostem tanto quanto eu. Tive meses pra revisar tudo, e está como eu quero. Como eu disse , eu sempre poderia mudar algo, mas tenho que largar o disco. Pronto, agora ele é de vcs. Divirtam-se e aumentem o volume.

Abs,
Dinho
(retirado do blog oficial da banda capital inicial http://capitalinicial.uol.com.br/)

Mano eu confesso eu ja era fãn dos caras des de quando estava nas fraudas,mas depois do acidente do Dinho e vendo a vontade do cara de estar nos palcos de novo virei mil vezes mais fãn os caras são a historia do rock nacional e só isso ja dá a eles o merito de serem oque eles são.nem tenho muito a falar dos caras só que sou um super fãn e que to louco pra ouvir esse novo disco e mais louco ainda pra ver esses caras num mega show de novo

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